quarta-feira, 6 de janeiro de 2010

O começo

Terminei o curso e, após alguns meses em stand by aguardando respostas às inúmeras cartas e currículos enviados, recebi uma proposta de estágio na Câmara Municipal onde actualmente (ainda) trabalho. Iniciei a minha vida profissional um pouco à nora e sempre com a sensação de que não recebia o apoio que me seria suposto - Eu não sei nada! Ajudem-me!. Por outras palavras, sinto que fui lançada aos leões sem dó nem piedade.

Do estágio passei a contratada, e fui ficando. Não plenamente satisfeita, é certo, mas nunca isso foi devido ao trabalho em si. Sempre houve muita instabilidade e angústia, que se repetia ciclicamente por não saber se ia haver renovação de contrato ou não.

E passaram-se quase 8 anos.

Até que há umas semanas fui confrontada com A notícia. Já me andava a preparar psicologicamente com a possibilidade de não renovação, convicta de que na hora H as coisas fossem mais fáceis de assimilar. Erro crasso… por mais que uma pessoa esteja à espera, é sempre um choque. E foi.

Lamento não ter mantido a compostura quando o vice-presidente cá do sítio e portador da má notícia me disse.

Compreendi todas as palavras que ele me disse. Compreendi quando me garantiu que não era nada de pessoal. Da boca dele saíam coisas como cortes, incapacidade de suportar financeiramente técnicos, ou, a melhor, já se ter feito tudo o que havia a fazer em termos paisagísticos.

Mas enquanto ele as dizia, só tinha um pensamento: Como vou viver? Para onde vou trabalhar? Como vou alimentar a minha filha? E isto são coisas capazes de derrubar uma pessoa.

Fui-me abaixo e não me orgulho. Chorei baba e ranho ao ombro de uma amiga, engoli tudo e não fui capaz de conversar mais sobre o assunto quando fui para casa, demorei uns dias a voltar a mim mas finalmente vi a luz.


Ir embora daqui? Só pode ser para melhor…

17 comentários:

Maria disse...

Tudo acontece com uma razão..

Essa mudança pode ser uma coisa boa na tua vida!

Boa sorte para a procura de emprego!

afectado disse...

passei por algo semelhante o ano passado e é mesmo assim, por muito que nos mentalizemos, quando ouvimos as tais palavras sentimos aquele murro no estômago!

no meu caso foi numa empresa, e o discurso foi semelhante... a crise, as dificuldades financeiras, etc. curiosamente passado 6 meses a empresa fechou portas.

mas quando saí de lá, o pensamento foi mesmo esse... "daqui só posso ir para melhor".

força!

Z disse...

maria, espero que sim. mas a verdade é que tou cheia de medo

afectado, obrigada...
só uma pergunta, não duvido que tenhas conseguido algo melhor, mas isso foi ao fim de quanto tempo? :s

Rafeiro Perfumado disse...

Espero que tudo se resolva, Z, é o meu desejo sincero. Um beijo.

afectado disse...

Sai da minha anterior empresa na primeira semana de Janeiro, entrei na minha actual no fim de Junho...

No início não me custou pois desde que tinha acabado o curso que não tinha férias, por isso até ao inicio de Fevereiro encarei como o tempo merecido de descanso (apesar de todos os dias procurar empregos nos sites, etc). A partir daí é que já sentia aquela vontade de ter emprego...

Felizmente até ter entrado nesta fui tendo algumas entrevistas, especialmente desde o fim de Março até o fim de Maio. Umas eram desinteressantes, outras eram interessantes mas eles escolhiam outras pessoas que o CV se encaixava melhor. Felizmente apareceu esta, fui o seleccionado e cá estou eu.

Sem querer parecer "papá" o que recomendo é que evites entrar em desespero. Quando me sentia mais em baixo, sabia-me bem ir até a beira-mar e estar por lá, mesmo que estivesse frio.

O que eu fiz na procura foi mandar CVs por email para todo o lado que me interessava, e todos dias verificar os anúncios nos 3 ou 4 sites que considerei melhores para o efeito...

A minha área não é das piores em termos de emprego, mas já não está como muita gente pensa. E não é totalmente diferente da tua. Não que seja semelhante :)

Anónimo disse...

Ora aqui esta um blog com o qual me identifico tambem... acabei o curso em Julho, e desde entao ainda nao arrangei nada. Fui apenas a três entrevistas, e foram escolhendo as pessoas mediante CV e cunhas... Sendo uma pessoa inexperiente tb nao ajuda em nada...
Tendo tu alguma experiencia, penso que vais ter sorte, espero...
Os meus dias sao passados a consultar sites de emprego, forum ligado a area e pronto.... de vez em quando vem o tal desespero que o "afectado" falou, e passa se uns dias melhores outros piores mas com alguma esperança....
Força ;) e boa sorte p nos todos.

Elsa **

Z disse...

rafeiro, sim! tudo vai tomar um rumo, mais cedo ou mais tarde :)

afectado, parece-me um tempo razoável. eu também não estou à espera que seja imediato. apenas acho que na minha área é muito muito difícil... e se eu for a considerar a minha "limitação" a coisa piora.

elsa, e como nós há uns bons milhares de pessoas. é triste!

afectado disse...

se percebi bem qual é a tua área, de facto não anda muito fácil. mas é preciso acreditar, e tentar. e enquanto se esperam respostas, ir "estudando" o mercado, pensar em coisas novas... quem sabe não surge uma ideia que te permita trabalhar na tua área, mas até em nome próprio?

"limitação"? qual?

Z disse...

ideias novas, ideias diferentes, ideias que se destaquem, isso é que era preciso! mas como? aí está a dificuldade...

trabalhar a nível particular é possível, mas é demasiada insegurança. sobreviver com trabalhos que aparecem quando o rei faz anos não é compatível com as minhas necessidades... casa para pagar, carro, filha... :(

a minha limitação... é eu ser surda. não que isso me faça sentir diminuída, porque não faz, mas sou realista ao ponto de saber que o "empregador" terá sempre isso em consideração

afectado disse...

pois, trabalhar a nível particular é bom quando se tem um bom fluxo de trabalho, que permita ter alguma segurança quanto ao dinheiro...

no caso podes tentar algo a nível particular enquanto não arranjas emprego. sempre é mais qualquer coisa.

não sei como andam as coisas na arquitectura paisagística, mas suponho que seja mais ou menos como na arquitectura, o que se assim for, de facto não é bom sinal.

quanto à tua limitação tens alguma razão. mas tens que ter esperança, há sempre empregadores que não ligam a isso. houve um caso aqui no norte, já há uns anos, de um que até empregava pessoas com "limitações" e tinha bastante sucesso com o seu negócio.

framboesa disse...

bom Z que hei-de dizer? dou por mim em certos dias já a sentir saudades tuas mas sei que vamos estar sempre por aqui...admito que seja muito difícil, mas conheço em ti muita coragem que muitos não a teem e que vais conseguir eque te vais sentir melhor...força amiga, do fundo do meu coração!

Z disse...

comparando arquitectura paisagista com arquitectura, penso que andamos pior... bem pior... :D
mas não há-de ser nada!

resta-me esperar que o meu futuro patrão seja assim uma pessoa de "visão" lol

framboesa, queres fazer-me chorar? é?
:P
beijo grande

framboesa disse...

hihihi...era uma ideia...mas digo-te já que gosto mais de te ver sorrir e rir às gargalhadas!! ;)

Anónimo disse...

eu tenho precisamente a mesma limitação que tu... por isso sigo com afinco o teu percurso nos dois blogs que conheço teus ;)

ao contrario das pessoas "normais", nos temos que fazer o dobro ...

Elsa **

Z disse...

elsa, e provar constantemente que estamos à altura...
o problema é que muitas vezes falhamos :(

beijos

Anónimo disse...

é mesmo, às xx as pessoas nao compreendem o esforço que fazemos,estar sempre com as "antenas" no ar, para que nada nos falhe....
Mas por vezes ha mesmo coisas que nos passam ao lado. Eu por xx sinto me mesmo insegura, o medo de falhar.
e qualquer entidade empregadora, escolherá sempre outro ao invés de nós. é mais seguro... :/ beijos. elsa

piggy disse...

Good things happen to good people!

Força Princesa!
Aquele beijo!

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